terça-feira, 3 de setembro de 2013

Duelo de um só


A paixão em sua vã loucura
Solta no mundo, enjaulada em si:
Arde, cresta, queima!
Sem sucumbir, sucumbi.

Ai da noite: vou alcança-la!
Ai da noite: vou devorá-la!
Negra noite maior que eu!
Negra noite que me ignora!

E a noite a vê e entende,
E não pode a noite alcançá-la,
E não pode a noite acalmá-la,
E não pode mudá-la, a noite...

A noite só pode ser noite!
E contempla a paixão que se debate e ruge
Trancafiada em si,
Surda, ensurdecedora...
- Emudecedora! Engasgada...

Se abrisse os olhos sinceros seria uma com a noite,
Uma com o Infinito.
Seria amiga de si.
Estela de Menezes (Junho ou julho de 2013)