tag:blogger.com,1999:blog-60609039606192434712024-03-08T08:55:12.468-08:00MorgenrotNeste livro encontra-se agindo um ser “subterrâneo” que
cava, perfura e corrói. (...) Não parece que alguma fé o guie, que
alguma consolação o compense? Talvez queira ter para ele uma
longa obscuridade, coisas que lhe sejam próprias, coisas
incompreensíveis, secretas, enigmáticas, porque sabe o que terá
em troca: sua manhã só para ele, sua redenção, sua aurora?...
Nietzche; A Aurora ( Prefácio, trecho)
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10148806466479442255noreply@blogger.comBlogger15125tag:blogger.com,1999:blog-6060903960619243471.post-55449725455966551632013-09-03T11:36:00.004-07:002013-09-03T11:36:47.367-07:00Duelo de um só<span class="userContent" data-ft="{"tn":"K"}"><br /> A paixão em sua vã loucura<br /> Solta no mundo, enjaulada em si:<br /> Arde, cresta, queima!<br /> Sem sucumbir, sucumbi.<br /> <br /> Ai da noite: vou alcança-la!<br /> Ai da noite: vou devorá-la!<br /> Negra noite maior que eu!<span class="text_exposed_show"><br /> Negra noite que me ignora!<br /> <br /> E a noite a vê e entende,<br /> E não pode a noite alcançá-la,<br /> E não pode a noite acalmá-la,<br /> E não pode mudá-la, a noite...<br /> <br /> A noite só pode ser noite!<br /> E contempla a paixão que se debate e ruge<br /> Trancafiada em si,<br /> Surda, ensurdecedora...<br /> - Emudecedora! Engasgada...<br /> <br /> Se abrisse os olhos sinceros seria uma com a noite,<br /> Uma com o Infinito.<br /> Seria amiga de si.<br /> Estela de Menezes (Junho ou julho de 2013)</span></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10148806466479442255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6060903960619243471.post-32476627865082683482013-03-18T13:18:00.003-07:002013-03-20T08:45:29.402-07:00O Homem<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O homem que acabou de servir no inferno,</div>
<div class="MsoNormal">
Mês passado</div>
<div class="MsoNormal">
Trancafiou-se numa cela de prisão. </div>
<div class="MsoNormal">
Para proteger-se da liberdade. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Usa roupas rasgadas </div>
<div class="MsoNormal">
Para mostrar que não lhe serve mais esse mundo,</div>
<div class="MsoNormal">
Mas todos pensam que é por que ele não tem parafusos.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Come numa pequena bacia de alumínio amassada e encardida</div>
<div class="MsoNormal">
Por que não tem sabor sua comida, </div>
<div class="MsoNormal">
Mas todos pensam que é por que ele é pobre</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não sabem que ele não é nem rico nem pobre,</div>
<div class="MsoNormal">
Nem “de mente sã” nem demente.</div>
<div class="MsoNormal">
É vazio</div>
<div class="MsoNormal">
E vive no escuro por medo do que a luz lhe possa mostrar</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Escrevo por que do inferno, da prisão, das roupas rasgadas,
da vasilha amassada...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
(Escrever talvez seja uma forma de tatear a luz pensando que
não haja nisso perigo de encontrá-la).</div>
<div class="MsoNormal">
Não sei se escrevo por que do vazio, mas por que da
liberdade, da liberdade sim!</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mas estávamos falando do homem.</div>
<div class="MsoNormal">
O homem escreve por que (acha que) não sabe voar.</div>
<div class="MsoNormal">
Mas de que valeria voar</div>
<div class="MsoNormal">
Se não soubesse (será que sabe?)</div>
<div class="MsoNormal">
Entrar em comunhão com outras almas.</div>
<div class="MsoNormal">
Ele fala em voar, voar mesmo! Mergulhar </div>
<div class="MsoNormal">
Em todos os mundos e ser um com eles.</div>
<div class="MsoNormal">
(Se não soubesse não saberia voar).</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O homem marcha no inferno de sua prisão,</div>
<div class="MsoNormal">
No inferno de suas
roupas sem sabor,</div>
<div class="MsoNormal">
No inferno de sua tigela de parafusos.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
(como se não soubesse) </div>
<div class="MsoNormal">
Vive no escuro de
todas as almas</div>
<div class="MsoNormal">
(No mergulho, na luz sem liberdade, na comunhão sem sabor)</div>
<div class="MsoNormal">
- em todos os mundos.</div>
<div class="MsoNormal">
E escreve vazio:
-V-O-A-R-</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
( Estela de Menezes, 11/03/2013)</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10148806466479442255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6060903960619243471.post-86169742172198519972013-02-22T09:39:00.002-08:002013-03-20T08:43:36.326-07:00Um Delírio (Mais Um Delírio)<span class="userContent">Eu venho de outro tempo<br /> Pro qual não posso voltar,<br /> Mas que também nunca se ausenta<br /> Nem de mim, nem de nada.<br /> E esse tempo é tantos tempos...<br /> E sou milhares taravés do tempo/tempos,<br /> Onde tudo está sem estar, <br /> É e não é. E por isso é.<br /><span class="text_exposed_show"> Um tempo que quase ninguém vê<br /> Nem em mim, nem aqui , nem em si...<br /> Apenas o vê quem eu vim encontrar<br /> E que me encontrou.<br /> Eu sou todas as coisas e nenhuma.<br /> A imensidão, a imensidão plena.<br /> O sono e a vida - o êxtase. <br /> Sou o Universo imerso no Universo imerso em mim.<br /> Somos todos a plenitude brincando de ser fragmento, <br /> De ter peso, limite, moral, intelecto,<br /> - medo e miséria-riqueza.<br /> Somos menininhos brincando <br /> De estar na prisão lutando por liberdade<br /> Sem saber se de fatos elas (prisões e liberdade) existem,<br /> Sem saber, em sua inocência, o que de fato elas são. <br /> Somos soldadinhos comandados por nossos delírios:<br /> Nossos delírios- comandos, <br /> Nossos delírios- medos,<br /> Nossos delírios-moral ( e anti-moral-moral), <br /> Nossos delírios verdades incutidas, <br /> Nossos delírios desejos prémoldados,<br /> Nossos delírios sanidade/insanidade<br /> ( aos moldes do que é certo).<br /> Somos soldadinhos meninos <br /> Comandados pelo delirante que gritou mais alto<br /> E que em nosso atordoamento gritamos: AMÉM!<br /> Somos soldadinhos meninos<br /> Comandados pelo delirante que <br /> Pareceu mais justo a nossos pais,<br /> Que pareceu mais correto a nossos avós, <br /> Que pareceu mais austero a nossos bisavós, <br /> Que pareceu mais poderoso a nossos tataravós-<br /> Que pareceu mais selvagem a nossos ancestrais milenares.<br /> Passamos o poder a quem nos parece mais capaz,<br /> A quem nossos herdados e sagrados valores sociais ditam ser mais capaz, ser o comandante nato! <br /> E nos anulamos...<br /> E escravizamos, submetendo-nos a nossa crença projetada no capaz comandante, <br /> Nossas mentes, nossos corpos, nossas vidas,<br /> Nossa desconhecida capacidade ou incapacidade<br /> Por que quem não cumprir a lei e o “consenso social”: " tá fazendo coisa feia, meu bem!"<br /> Seguimos ao que pareceu, a qualquer um<br /> E a todos nós, mais protetor<br />
( guiados pela "verdade mais protetora” ou pela preguiça, ou nosso
eterno desnorteamento nascido do conflito entre as verdades ditas e as
que abafamos em nós)<br /> E o nosso sábio comandante<br /> Era só mais um menininho com medo ou loucura<br /> Por que todos são menininhos com medo ou loucura<br /> Enquanto não são o Universo imerso no <br /> Universo imerso em nós - o que somos. <br /> <br /> Estela de Menezes, 10/02/2012</span></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10148806466479442255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6060903960619243471.post-83245902101263710782012-12-06T17:31:00.000-08:002013-03-20T08:42:08.678-07:00As Árvores<br />
<div class="MsoNormalCxSpFirst" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">O ano em que viemos morar neste bairro foi o mesmo em que entrei pra
escola. A escola fica bem pertinho de casa por isso no primeiro e no segundo
ano, minha mãe, a Jú ou algum outro adulto que estivesse de bobeira na hora me levar ou
trazer faziam o trajeto a pé comigo, saindo de casa logo atravessávamos uma
avenida grande e movimentada, daí entrávamos em uma rua mágica.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Na primeira quadra tinha umas árvores altas que se distribuíam em fila
pelas calçadas, dos dois lados da rua, uma de frente pra outra, eram árvores
que podiam atingir o céu, mas não eram muito copadas, a Jú me explicou uma vez
que podavam elas de forma que elas ficassem sempre assim, por isso elas jamais
tocavam umas nas outras. Elas me davam a impressão de que eu poderia subir a rua
se quisesse, não até a próxima quadra, mas até o céu.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Na quadra seguinte as árvores também eram dispostas assim em forma de
alameda, mas suas raízes eram tão grandes que rompiam a calçada e elas
encontravam-se, suas copas também se encontravam, a rua era mais sombria e
úmida por isso, era cheia de pequenos insetos, canto de pássaros, se podia ver
terra e pedrinhas próximo as árvores. Pra mim era, muitas vezes, a entrada de
uma caverna misteriosa e infinita onde eu poderia desvendar o mundo todos os
dias e para sempre, aquela rua me mostrava que ser criança é mágico e eterno.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">No terceiro ano eu já podia ir sozinho com a Amanda. Como a vida era
mágica! A garota mais linda, mais incrível, valente e divertida do universo
era minha colega e minha vizinha! De mãos dadas, ou trocando cócegas, pisões e
empurrões, naquela rua, éramos plenos e éramos senhores do mundo, do céu, das
águas, das florestas, das cavernas, das pirâmides, das montanhas, dos temporais
e das calmarias...</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Ah! As calmarias, quando cansávamos de correr e rodopiar nos jogávamos
no chão e o céu girava no infinito enquanto sentimos umidade da calçada
no refrescar, num instante tudo era silencio e calma. Aquele lugar era todo
mágico!</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">No quinto ano de escola as árvores da primeira quadra não foram podadas
e também ficaram copadas, nem tanto quanto as da segunda quadra, mas o
suficiente para que as copas de um par de árvores que pareciam buscar uma a
outra, encontrassem-se, cada uma ficava de um lado diferente da rua, uma de
frente para a outra, as últimas antes de entrar na segunda quadra. Eu nunca
tinha observado antes que elas, mesmo de longe conversavam, mas agora elas
estavam juntas e se beijavam e se abraçavam e sorriam e cantavam e dançavam e
qualquer um podia ver isso e parece que todo mundo agora podia perceber a magia
daquela rua! Todos que entravam ali, agora, eram também mágicos e tinham vidas
mágicas e viviam livres, completos e aventureiros como eu e Amanda.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Este ano, logo que chegou o frio a prefeitura mandou podar as árvores, e
este par de árvores não pode mais se abraçar. A rua ficou mais clara e
aparentemente mais limpa, melhor, conforme os preceitos estranhos de uma gente
que não sabe o que é viver.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Estávamos agora em uma clara e limpa cidade civilizada onde as
duas árvores não podiam mais se abraçar.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Um dia ao passar por ali, bem quando atravessei a rua parece que ouvi a
árvore da esquerda dizer: hoje um gentil e generoso temporal virá nos
visitar...</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">À noite um temporal que parecia que tentava levar para o céu o que era
do céu e tombar na terra o que era da terra veio nos visitar e dançou e cantou
por horas sobre a cidade, eu não dormi, era importante ouvi-lo, como se deve
ouvir os gênios e os sábios que vem de outros mundos nos visitar.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Na manhã seguinte quando fui pra escola, vi a árvore da esquerda caída
por sobre a árvore da direita, apoiada em seus galhos, não sei se riam ou
choravam, mas quis abraça-las, no entanto vi que era um momento só delas e me
afastei, triste, em estado de luto me afastei.</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A prefeitura mandou serras, caminhão, uma máquina com uma espécie de mão
de gigante e homens de uniforme para retirarem a árvore. As outras permaneceram
ali, de luto permaneceram. Poucos dia depois inexplicavelmente a árvore da
direita secou como se tivesse sido incendiada pela própria seiva, como que por
um fogo que viesse de algum lugar dentro de dela. Aquela rua era um imenso
deserto, em todos os sentidos um deserto e por ali passavam agora tantas
pessoas desertas...</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle" style="margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; mso-add-space: auto;">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Logo quando vi as duas árvores se abraçando e se beijando pela primeira
vez entendi de onde brotava a magia daquele lugar, a Amanda também entendeu,
mas quem mandou podar aquelas árvores ou já era deserto por dentro ou nunca
tinha estado ali. Aquela rua era agora um deserto!</span><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Hoje recebi uma carta da Amanda que há dois
anos está com os pais nos Estados Unidos, na carta ela pergunta sobre o nosso
lugar mágico, a caverna e as duas árvores que se beijavam e se abraçavam. Ela
virá passar o natal e a virada do ano com família, mas antes disso terei que
responder a carta...</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Hoje não sou alegre nem triste, sou um garoto de
quase catorze anos que ao pensar em como dar uma notícia triste a uma garota
mágica (se é que ela ainda é mágica), pensa em si e em todos aqueles que ainda
terão que descobrir que a vida acontece por caminhos que nem sempre são aqueles
que acreditamos ou escolhemos ou amamos...</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Apenas o garoto Júlio de quase catorze anos que a
poucos anos atrás nesta época do ano estaria escrevendo sua cartinha para o
papai Noel e hoje escreve para si mesmo por que é assim que conversa com sua
própria solidão. Não! Isso não significa falta de amigos! Não! Quem não sabe
ficar a sós com sua solidão não sabe ser ou ter amigos.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">A magia e a solidão são as duas coisas que, cada
uma a seu tempo, jamais podem faltar para um homem, pois só nestes momentos
somos realmente quem somos, integralmente. Mostre-nos a solidão a plenitude ou
o vazio ela nos traz para nós mesmos e nos acompanha em silencio como uma sábia
e fiel amiga.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">Faz meses que não ando por aquela rua que hoje é
deserto, caminho mais, mas vou pra escola por outro caminho, pois sou apenas um
garoto de quase catorze anos tentando não macular a lembrança de meu mundo
mágico, tentando descobrir caminhos pra não deixar os desertos dos homens e dos
mundos matarem a magia dentro de mim. Espero que em 1976 e por toda todo resto da vida eu e o mundo inteiro sejamos muito mais criança do que fui neste 75,
onde descobri que os homens constroem desertos e soterram a magia por
acharem que isso é que é ser adulto.</span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormalCxSpMiddle">
<span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 10.0pt; line-height: 115%; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">(Estela de Menezes, em 05 e 06 de dezembro de 2012)</span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10148806466479442255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6060903960619243471.post-48474907660790226692012-12-04T10:45:00.002-08:002013-03-20T08:41:15.523-07:00Pressentimento<br />
<div class="MsoNormal">
“ Ao menos escrevem-se versos”*</div>
<div class="MsoNormal">
Alguém escreve versos, certo.</div>
<div class="MsoNormal">
Eu não escrevo nada.</div>
<div class="MsoNormal">
Não desenho, não durmo...</div>
<div class="MsoNormal">
Não expresso nada.</div>
<div class="MsoNormal">
Não sei de nada, não expresso o que não sei</div>
<div class="MsoNormal">
Sei que no fundo tudo é nada, </div>
<div class="MsoNormal">
Sei que o que existe é o nada,</div>
<div class="MsoNormal">
Mas não sei expressar, não posso...</div>
<div class="MsoNormal">
E tem tanta coisa lá!...</div>
<div class="MsoNormal">
Não expresso nada porque não sei de nada,</div>
<div class="MsoNormal">
Nunca se sabe de nada porque não há nada pra se saber</div>
<div class="MsoNormal">
Não expresso o que não sei,</div>
<div class="MsoNormal">
O que não sei se
quero saber.</div>
<div class="MsoNormal">
O que me tortura não saber.</div>
<div class="MsoNormal">
O que me tortura vir a saber.</div>
<div class="MsoNormal">
Saber... Nada!</div>
<div class="MsoNormal">
No fundo tudo é nada.</div>
<div class="MsoNormal">
Talvez seja isso que me tortura...</div>
<div class="MsoNormal">
Não durmo...</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mil aranhas estiveram ontem em meu quarto.</div>
<div class="MsoNormal">
Podem todos os oráculos não me dizerem o que de fato há,</div>
<div class="MsoNormal">
A movimentação oculta</div>
<div class="MsoNormal">
Que virá definir minha vida nos próximos dias e meses</div>
<div class="MsoNormal">
E talvez a própria vida...</div>
<div class="MsoNormal">
Mas as aranhas...</div>
<div class="MsoNormal">
Elas tem artimanhas poderosas demais, não mentem,</div>
<div class="MsoNormal">
Não precisam mentir...</div>
<div class="MsoNormal">
Elas eram muitas, umas magras, ágeis, astutas,</div>
<div class="MsoNormal">
Outras eram fortes, negras enormes,</div>
<div class="MsoNormal">
Senhoras de si, da indiferença, da crueldade, </div>
<div class="MsoNormal">
Da hipocrisia e da covardia.</div>
<div class="MsoNormal">
E a última era vermelha e cheia de veneno,</div>
<div class="MsoNormal">
Nós a matamos, eu e ele,</div>
<div class="MsoNormal">
Meu calçado rompeu sua teia cortante e perigosa</div>
<div class="MsoNormal">
E destruímos sua bolsa de veneno separando-a do resto do
corpo.</div>
<div class="MsoNormal">
Suas patas esperneavam mesmo assim, </div>
<div class="MsoNormal">
Ainda em sua loucura sem corpo,</div>
<div class="MsoNormal">
Como se ela não soubesse que não tinha mais veneno, </div>
<div class="MsoNormal">
Como se o veneno fosse sua vida!</div>
<div class="MsoNormal">
E era pelo que vimos ali...</div>
<div class="MsoNormal">
Não sei o que está acontecendo,</div>
<div class="MsoNormal">
Não sei se algo está acontecendo,</div>
<div class="MsoNormal">
Mas as aranhas nunca mentem!</div>
<div class="MsoNormal">
Ah! Confiar em aranhas!...</div>
<div class="MsoNormal">
O que está acontecendo?! Nada, talvez...</div>
<div class="MsoNormal">
Mas talvez nada em movimento e isso é tanto...!</div>
<div class="MsoNormal">
E hoje a dor foi clara. </div>
<div class="MsoNormal">
Uma clara ilusão,- quem sabe? Tomara.</div>
<div class="MsoNormal">
Tomara...</div>
<div class="MsoNormal">
Mas não me venham dizer verdades, nem mentiras.</div>
<div class="MsoNormal">
Nem tolices, nem sábios discursos, palavras...</div>
<div class="MsoNormal">
Venha ele,</div>
<div class="MsoNormal">
Apenas ele e me mostre a vida num beijo.</div>
<div class="MsoNormal">
Venha o céu</div>
<div class="MsoNormal">
E me deixem voar.</div>
<div class="MsoNormal">
Amanhã... amanhã é outro dia!</div>
<div class="MsoNormal">
Eu cumpro, amanhã, meu dever inútil</div>
<div class="MsoNormal">
De vestir o uniforme/máscara de quem faz coisas</div>
<div class="MsoNormal">
(não sei pra que, nem pra quem), coisas úteis, nobres, válidas
e “de fundamento”</div>
<div class="MsoNormal">
Eu até fico na História, amanhã, se quiserem...</div>
<div class="MsoNormal">
Mas hoje, </div>
<div class="MsoNormal">
Hoje me deixem voar.</div>
<div class="MsoNormal">
Deixem-me voar.</div>
<div class="MsoNormal">
Ou não me deixem – porque o céu também é uma ilusão.</div>
<div class="MsoNormal">
Não consigo e talvez não queira ler o nada que há em mim,</div>
<div class="MsoNormal">
Por isso não expresso nada,</div>
<div class="MsoNormal">
Não escrevo, não sonho,</div>
<div class="MsoNormal">
Não sei de nada,</div>
<div class="MsoNormal">
Não durmo...</div>
<div class="MsoNormal">
Tem muita coisa neste(nesse) abismo</div>
<div class="MsoNormal">
Que talvez esteja se preparando pra amanhã ser vulcão em
erupção.</div>
<div class="MsoNormal">
Não, não quero isso, </div>
<div class="MsoNormal">
Quero ser mais forte.</div>
<div class="MsoNormal">
Deixem de ser covardes e hipócritas!</div>
<div class="MsoNormal">
Deixem-me voar.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Eu não sou uma de vocês.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Estela de Menezes, 4/12/2012, entre 4 e 4 e 34 da manhã.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
*F. Pessoa</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10148806466479442255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6060903960619243471.post-8631594931643775792012-10-08T12:01:00.002-07:002012-10-08T12:30:15.700-07:00Espelhos<br />
<div style="margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Ele a via assim<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Uma luz no centro
da sala refletida na vidraça, que refletia na tela.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Cada vez que ele
se movia pra outro lugar ela ia,<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Ou outra então era
ela,<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Era ela, ela
mesma! Mas outra forma tomava...<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Da primeira vez
que ele a viu parecia que lhe esperava,<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Mas a cada passo
que dava<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Para outro ponto
ela ia<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Ou outra forma
tomava.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Ziguezagueava o
corpo,<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Tornava-se mais
esguia,<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Ou mais anafada,
achatada...<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">O que ela
pretendia?<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Era assim que ela
via o mundo,<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Por isso era assim
que ele a via.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">O mundo toma mil
formas<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Conforme a mente
que o vê.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Ele fechava os
olhos e então ela sumia,<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Ou então, era aí
que ela aparecia!<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Mas quando ele a
tocava, não tocava no que via,<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Cada vez que se
aproximava, outro lugar, outra forma,<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Já não era a
imagem primeira,<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Já não era a mesma
Lia!<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">E ele afinal quem
era?<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Quem era ela
afinal?<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Reflexos de
reflexos?<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Humanas sombras da
noite desfeitas à luz do dia?<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Imagens de onde
vindas?<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Dizem mesmo nossos
olhos quando morre a realidade,<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Quando nasce a
fantasia?<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">A retina, o olho,
o espelho, a luz, o dia...<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">A imagem fora do
espelho,<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">As cores, as
formas... as translúcidas luz e Lia<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Mostravam-lhe seu
existir, muitas vezes seus passos guiavam,<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Era só... Era tudo
que ele sabia.<o:p></o:p></span></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<br /></div>
<div style="margin: 0cm 0cm 0.0001pt;">
<span style="font-size: 13.5pt;">Estela de Menezes,
1°/10/2012, à tarde.<o:p></o:p></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10148806466479442255noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6060903960619243471.post-76074730299626421982012-07-17T10:50:00.001-07:002017-09-22T22:13:36.259-07:00Lunara<div class="MsoNormal">
“Acho que parando bem embaixo dela (a lua) da pra laçar, não?!”</div>
<div class="MsoNormal">
Antonio Carlos de Menezes</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<!--[if gte mso 9]><xml> <o:OfficeDocumentSettings> <o:AllowPNG/> </o:OfficeDocumentSettings> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:WordDocument> <w:View>Normal</w:View> <w:Zoom>0</w:Zoom> <w:TrackMoves/> <w:TrackFormatting/> <w:HyphenationZone>21</w:HyphenationZone> <w:PunctuationKerning/> <w:ValidateAgainstSchemas/> <w:SaveIfXMLInvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:IgnoreMixedContent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:AlwaysShowPlaceholderText>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:DoNotPromoteQF/> <w:LidThemeOther>PT-BR</w:LidThemeOther> <w:LidThemeAsian>X-NONE</w:LidThemeAsian> <w:LidThemeComplexScript>X-NONE</w:LidThemeComplexScript> <w:Compatibility> <w:BreakWrappedTables/> <w:SnapToGridInCell/> <w:WrapTextWithPunct/> <w:UseAsianBreakRules/> <w:DontGrowAutofit/> <w:SplitPgBreakAndParaMark/> <w:EnableOpenTypeKerning/> <w:DontFlipMirrorIndents/> <w:OverrideTableStyleHps/> </w:Compatibility> <m:mathPr> <m:mathFont m:val="Cambria Math"/> <m:brkBin m:val="before"/> <m:brkBinSub m:val="--"/> <m:smallFrac m:val="off"/> <m:dispDef/> <m:lMargin m:val="0"/> <m:rMargin m:val="0"/> <m:defJc m:val="centerGroup"/> <m:wrapIndent m:val="1440"/> <m:intLim m:val="subSup"/> <m:naryLim m:val="undOvr"/> </m:mathPr></w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:LatentStyles DefLockedState="false" DefUnhideWhenUsed="true"
DefSemiHidden="true" DefQFormat="false" DefPriority="99"
LatentStyleCount="267"> <w:LsdException Locked="false" Priority="0" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Normal"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="heading 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 7"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 8"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="9" QFormat="true" Name="heading 9"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 7"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 8"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" Name="toc 9"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="35" QFormat="true" Name="caption"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="10" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Title"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="1" Name="Default Paragraph Font"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="11" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtitle"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="22" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Strong"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="20" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Emphasis"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="59" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Table Grid"/> <w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Placeholder Text"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="1" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="No Spacing"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" UnhideWhenUsed="false" Name="Revision"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="34" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="List Paragraph"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="29" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Quote"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="30" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Quote"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 1"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 2"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 3"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 4"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 5"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="60" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Shading Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="61" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light List Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="62" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Light Grid Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="63" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 1 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="64" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Shading 2 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="65" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 1 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="66" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium List 2 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="67" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 1 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="68" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 2 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="69" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Medium Grid 3 Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="70" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Dark List Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="71" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Shading Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="72" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful List Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="73" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" Name="Colorful Grid Accent 6"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="19" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Emphasis"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="21" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Emphasis"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="31" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Subtle Reference"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="32" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Intense Reference"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="33" SemiHidden="false"
UnhideWhenUsed="false" QFormat="true" Name="Book Title"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="37" Name="Bibliography"/> <w:LsdException Locked="false" Priority="39" QFormat="true" Name="TOC Heading"/> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style>
/* Style Definitions */
table.MsoNormalTable
{mso-style-name:"Tabela normal";
mso-tstyle-rowband-size:0;
mso-tstyle-colband-size:0;
mso-style-noshow:yes;
mso-style-priority:99;
mso-style-parent:"";
mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt;
mso-para-margin-top:0cm;
mso-para-margin-right:0cm;
mso-para-margin-bottom:10.0pt;
mso-para-margin-left:0cm;
line-height:115%;
mso-pagination:widow-orphan;
font-size:11.0pt;
font-family:"Calibri","sans-serif";
mso-ascii-font-family:Calibri;
mso-ascii-theme-font:minor-latin;
mso-hansi-font-family:Calibri;
mso-hansi-theme-font:minor-latin;
mso-bidi-font-family:"Times New Roman";
mso-bidi-theme-font:minor-bidi;
mso-fareast-language:EN-US;}
</style> <![endif]--> <br />
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12pt;">Não era uma paixão doentia dessas em que a gente não consegue fazer outra coisa senão pensar no ser amado, arrumar-se para ele, perfumar-se para ele, ir onde ele possa estar, fugir de onde ele possa estar; não conseguir comer, dormir, não querer nem se arrumar, nem tomar banho ou escovar os dentes se ele não estará lá para nos ver... Não, nada disso! Era um amor natural e sublime, belo com toda harmonia e encanto que só tem o que é natural e espontâneo o suficiente para ser verdadeiramente belo.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12pt;"> Era assim que Marcos amava e era correspondido. Toda noite depois de ter tomado seu banho para tirar de si o peso do dia de trabalho, de ter tranquilamente se alimentado, saía com a roupa e o cheiro de quem estava de bem consigo mesmo, pegava seu cavalo e corria veloz pelo campo, girava seu laço e pah! – laçava a lua, que então sorria e a terra inteira percebia seu brilho mais iluminado.</span><br />
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12pt;"> Marcos ia o mais para debaixo da lua possível e pela corda que usara de laço subia até ela, lá ficava horas, conversavam tranqüilos sem precisar se preocupar em organizar palavras, sem precisar forçar o pensamento, pois tudo fluía, não era preciso nem falar, pois a comunicação entre a lua e os seres humanos, como todos sabemos, é telepática.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12pt;">Era assim o romance sublime do jovem e da lua, como os romances inocentes das crianças.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12pt;"> De lá muitas vezes se punham os dois a olhar a terra, os campos... ao longe Marcos mostrava para a lua sua casa, seu cavalo, seus parentes, sua árvore predileta, seus amigos.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12pt;">Até que um dia quando os dois se divertiam a observar o comportamento das pessoas na fila do cinema ele viu Lunara, o olhar dela era mais negro que a noite e mais brilhante que o luar, seu sorriso era um mar de estrelas e seu cabelo o próprio vento a voar e brincar vestido de cachoeira enluarada, a pele de Lunara era a terra, a terra a ser tocada, a ser sentida, descoberta, devorada.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12pt;">Marcos desceu até terra e desatinado tratou de vestir-se com a melhor roupa que encontrou no comércio, experimentou toda loja de perfumes e comprou uns vinte, cortou, hidratou o cabelo, fez a barba, comprou um carro e aprendeu umas poses de artista e umas palavras de “palestrante profissional da área da autoajuda”. Agora estava sempre preocupado em ser o mais bonito, o mais atraente, o mais inteligente, o mais interessante. Sempre procurando estar onde Lunara estivesse, um dia, como não poderia deixar de ser, se conheceram.</span><br />
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12pt;"> Lunara deliciava-se com o ventinho suave tocando na sua pele, Marcos preocupava-se com o cabelo se estava arrumado, Lunara estava feliz com a noite, Marcos preocupado se a incomoda roupa estava bem aos olhos de Lunara, Lunara apreciava a música, Marcos pensava no que dizer, Lunara achou Marcos lindo, embora um tanto engomadinho, Marcos estava certo de que era sua oportunidade e não poderia desperdiçar, Lunara queria conhecer Marcos, conhecê-lo além da aparência. Ele a convidou para dar uma volta em seu carro importado e a levou aos lugares mais badalados da cidade, pagou a melhor comida, a melhor bebida, no outro dia mandou-lhe flores e um presente.</span><br />
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12pt;"> Lunara ligou, agradeceu, mas nunca mais aceitou os convites de Marcos para sair.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12pt;">Por mais que ele pense não consegue entender o que aconteceu, ele tinha se esforçado tanto!</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12pt;">Lunara continua esperando alguém que sente com ela na grama e assim como ela converse com a lua e não se preocupe com nada, mas viva apenas,- viva com ela um romance tranqüilo e natural como os romances inocentes das crianças.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Estela de Menezes. 07 de julho de 2012.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10148806466479442255noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6060903960619243471.post-42722455199274093432012-07-10T06:51:00.000-07:002012-07-10T06:51:56.354-07:00Histórias do louco. Parte I: O louco<div class="yiv780456006msonormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm;"></div><div class="yiv780456006msonormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">O louco<span style="font-family: Arial; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="yiv780456006msonormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; outline: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv780456006msonormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; outline: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv780456006msonormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; outline: none; text-align: justify;"><span style="outline: none;">Vagava por aí com um pequeno saco de trapo nas costas contendo ninguém sabe o que, não ia para parte alguma, não dormia, não acordava, não comia, não fazia nada sem trazer consigo, agarrado como a um valioso tesouro, aquele pequeno saco de trapo encardido.</span><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="yiv780456006msonormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; outline: none; text-align: justify;">Ele observava os pássaros voando, as vacas ruminando, as crianças brincando, os jacarés , os crocodilos, os pumas, os tigres, os leões, as focas, as primaveras,as margaridas, a fumaça dos fogões, das chaminés, dos carros,<span class="apple-converted-space"> </span><span style="outline: none;"> </span>os navios, as plantações, os humanos... <o:p></o:p></div><div class="yiv780456006msonormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">Tinha em si a tempestade e a calmaria. Andava, andava,andava... dormia, olhava... corria o mundo, andava.<span style="font-family: Arial; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="yiv780456006msonormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; outline: none; text-align: justify;"><span style="outline: none;">Um dia resolveu parar e ver mais de perto como era a vida da maioria daquelas pessoas que costumava observar, pessoas comuns, “normais”.<o:p></o:p></span></div><div class="yiv780456006msonormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">Largou seu pequeno saco feito de trapo e em uma casa pediu roupas, conseguiu um banho em posto de combustíveis e um serviço de auxiliar de mecânico em uma cidadezinha de interior, aprendeu rápido, trabalhou naquela mesma oficina o tempo que levou para acabar seu ensino médio, que há muito tinha deixado nos primeiros dias de aula, do primeiro ano. Nas horas de folga lia muito, assim que acabou o ensino médio foi para a capital, entrou pro teatro e pra a faculdade de direito ( federal é claro), era excelente ator, e com o talento e sorte de poucos conseguia viver muito bem com o teatro, mas resolveu experimentar também o cinema<span style="outline: none;"> <span class="apple-converted-space"> </span></span>e a tv, ficou famoso.<o:p></o:p></div><div class="yiv780456006msonormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;">Ele agora ao experimentar coisas, não só observava e sentia, mas lidava com elas e muitas vezes as dominava, sentia-se um Mago!<span style="font-family: Arial; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="yiv780456006msonormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; outline: none; text-align: justify;"><span style="outline: none;">Conheceu uma cantora estrangeira e se apaixonou, ela era bonita e até que inteligente, casaram-se, ela engravidou, resolveram experimentar a vida em família, calma e morninha, mudaram-se para Curitiba, moravam em uma verdadeira mansão, em um lugar lindíssimo e luxuoso, tornou-se um dos mais importantes advogados da cidade e logo do país. Sentiu-se um Imperador!</span><span style="font-family: Arial; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="yiv780456006msonormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; outline: none; text-align: justify;"><span style="outline: none;">Um dia, ouvindo Piazzolla, fumando seu cachimbo e olhando a noite se pôs a pensar no quanto estava acostumado com tudo e no quanto tudo que agora fazia era por habito e no quanto todo mundo a sua volta lhe tratava como lhe tratava por hábito ou até por dever. Espontaneidade e surpresa eram coisas cada vez mais raras ao seu redor – e em si!<o:p></o:p></span></div><div class="yiv780456006msonormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; text-align: justify;"> Desligou o som, largou o cachimbo, vestiu a pior roupa que encontrou na casa sem nem saber de quem era, pegou uma foto de sua esposa e sua filha, uma maço de cigarros, alguns incensos, um isqueiro um pequeno canivete e partiu.<span style="font-family: Arial; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="yiv780456006msonormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; outline: none; text-align: justify;"><span style="outline: none;"> A esposa sentiu-se traída, a filha abandonada, os jornais, as emissoras de radio e televisão, os noticiários da internet, todos anunciavam que ex-ator famoso, um dos mais importantes advogados do país larga a família e desaparece, tendo sido<span class="apple-converted-space"> </span><span style="outline: none;"> </span>visto pela última vez<span class="apple-converted-space"> </span><span style="outline: none;"> </span>por vizinhos, saindo de casa<span class="apple-converted-space"> </span><span style="outline: none;"> </span>mal vestido e a pé, carregando um pequeno saco de trapo encardido contendo em seu interior<span class="apple-converted-space"> </span><span style="outline: none;"> </span>sabe-se lá o que, ele estava louco afirmavam, todos tinham certeza disso.</span></div><div class="yiv780456006msonormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; outline: none; text-align: justify;"><span style="line-height: 14.4pt;">Ele, andou, andou, pegou carona, comprou bicicleta, vendeu, conseguiu serviços de tudo e mais um pouco por aqui e por ali, e continuou correndo o mundo. Depois de tanto andar, de tanto buscar, de tanto conseguir, de tanto perder, depois de saber como era se sentir triste, livre, errado, solitário, pleno, vazio... sentia que algo havia morrido dentro de si e que </span><span style="line-height: 14.4pt;"> </span><span style="line-height: 14.4pt;">só agora tinha consciência do que é estar vivo.</span></div><div class="yiv780456006msonormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; outline: none; text-align: justify;"><br />
</div><div class="yiv780456006msonormal" style="line-height: 14.4pt; margin-bottom: .0001pt; margin: 0cm; outline: none; text-align: justify;"> Estela de Menezes, 23/06/2012<span style="font-family: Arial; font-size: 10pt;"><o:p></o:p></span></div><div class="MsoNormal" style="outline: none; text-align: justify;"><br />
</div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10148806466479442255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6060903960619243471.post-65817321214516152222012-07-06T21:51:00.012-07:002012-08-27T13:30:21.470-07:00CuraCura<br />
Minha desdita<br />
Dita <br />
Que a desgraça<br />
Graça<br />
E o desalento<br />
Lento<br />
Me corrompe<br />
Rompe<br />
Deste imundo<br />
Mundo<br />
Só o estrago trago<br />
Só a loucura...<br />
<br />
Estela de MenezesAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/10148806466479442255noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6060903960619243471.post-4188315286013039212012-07-06T21:50:00.003-07:002012-08-27T13:34:01.865-07:00ComentárioTua solidão, sozinha,<br />
Em teu peito vive só.<br />
Tua solidão, sozinha<br />
Vive só em ti e só.<br />
Em meu peito, só, sozinha<br />
Vive só minha solidão<br />
Tua solidão e a minha<br />
Só a sós – vivem sozinhas.<br />
<br />
Estela de MenezesAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/10148806466479442255noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-6060903960619243471.post-76239878736753776342012-06-27T11:12:00.011-07:002013-03-20T08:31:18.847-07:00O Mais Belo do Mundo<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-size: small;"><i> “A borboleta pousou na minha perna e um cara disse: a tua energia é boa mesmo, porque isso é o que significa uma borboleta pousar em alguém. Ela então caiu morta! E eu disse: Sério mesmo?! É melhor dizer outra vez.”</i></span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-size: small;"> (Thiago Nelsis)</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-size: small;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal;">
<span style="font-size: small;">Nunca quis ser Afrodite ou Palas Atena, nem qualquer outra deusa, elas são tão problemáticas!</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: small;"><br />
</span><span style="font-size: small;">Um dia vim passear nesse mundo onde tu estás agora e decidi ser mulher, humana mesmo, foi aí que depois de muito andar, conhecer, aproveitar... vi o mais belo do mundo! E ele nem olhou pra mim.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: small;"></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-size: small; line-height: 115%;">Ali naquela noite linda, naquela taverna cheia de dores e alegrias, a sentir a intensidade da vida, ao som das castanholas e o trinar de um violão, me senti tão feia, tão diminuta, tão indigna de existir. Era como se aquela espanhola bela e ágil mandasse do palco até mim uma duplicação de si para sapatear sobre mim, aterrando-me em meu próprio desvalor. </span><br />
<span style="font-size: small; line-height: 115%;">O duplo de seu corpo era muito mais forte que ela própria e possuía toda a raiva do mundo, coisa que ela própria (que nem me tinha visto ali) não possuía. O vestido deste duplo não era vermelho e inspirador como o da dançarina no palco, mas pardo e liso como o fim de um sonho (foi, aliás, ali que descobri o que era sonhar). </span><br />
<span style="font-size: small; line-height: 115%;">Senti-me tão, mas tão diminuta que me tornei uma feia lagarta, andava triste, indiferente ao sol e à chuva, sem sentir o sabor das plantas, sem valorizar a maciez da terra úmida... Ainda que no mundo das lagartas eu não fosse considerada tão insignificante e feia. Eu era triste... </span><br />
<span style="font-size: small; line-height: 115%;">Mas aos poucos fui aprendendo mais coisas sobre a alma e o mundo e um dia, sem nem entender bem o porquê, me senti mais forte, olhei outra vez com coragem para o mundo fora de mim. Foi aí que vi novamente – o mais belo do mundo! E ele nem me viu.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: small; line-height: 115%;"><br />
</span><span style="font-size: small; line-height: 115%;">Mas também, se ele me visse, que acharia de mim, uma simples lagarta?! Envolvi-me em um casulo, - o meu casulo -, e lá fiquei. O tempo passou. Até que um dia percebi que aquele casulo não era mais meu, que eu não era mais aquela rastejante e lenta lagarta... Foi aí que mais uma vez vi o mais belo do mundo! </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: small; line-height: 115%;"><br />
</span><span style="font-size: small; line-height: 115%;">Fiquei tão feliz em vê-lo, tão extasiada, sem nem pensar em mim, no quanto agora eu era leve, encantadora e bela. Aproximei-me dele, pousei em sua perna... neste exato momento um sábio amigo seu comenta que eu deveria ter pousado ali por causa de sua boa energia, e então ele me olhou. Olhou-me! E eu transcendi. </span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: small; line-height: 115%;"><br />
</span><span style="font-size: small; line-height: 115%;">Hoje, daqui de onde estou, muitas vezes a admirá-lo, desejo ir até ele e beijar-lhe, pousar um beijo sublime em seus lábios feitos de fascínio e encanto. Gostaria que um beijo meu pudesse oferecer-lhe toda a magia e êxtase que experimento ao vê-lo. </span><br />
<span style="font-size: small; line-height: 115%;">Mas ele, ainda hoje, acha que morri em sua perna por não ser boa a sua energia. Ao ver isso, sempre experimento a ternura de uma lágrima triste a correr em meu rosto, e sorrio – por que ele existe.</span><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12pt; line-height: 115%;"><br />
<span style="font-size: x-small;">Estela de Menezes, 26/06/2012</span></span><span style="font-size: 14pt; line-height: 115%;"></span></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10148806466479442255noreply@blogger.com3tag:blogger.com,1999:blog-6060903960619243471.post-40045783337528897872012-06-26T15:23:00.007-07:002013-03-20T08:30:25.498-07:00Um Minuto<div class="MsoNormal">
<br />
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 10pt;">“Silêncio belo que se instala <br />
entre uma e outra vinda da incessante vida <br />
que cobra sempre presença e convívio. <br />
Quanta paz eu encontro <br />
em não fazer nenhum sentido e <br />
quem sabe <br />
não ter nem identidade neste mundo.”</span></div>
<div class="MsoNormal" style="margin: 0cm 0cm 0pt;">
<span style="font-family: Arial; font-size: 10pt;"><span style="mso-spacerun: yes;"> </span>(Thiago Nelsis)</span></div>
<br />
<br />
<br />
Gosto da calma dos campos em dias amenos,<br />
<br />
do vento suave nos eucaliptos e nos ciprestes que cantam<br />
sem obrigar ninguém a ouvi-los.<br />
Gosto do passeio das formigas, que nem se ocupam em perceber minha presença, dos gravetos no pasto claro, da vaca, da ovelha,<br />
do ninho do quero-quero quando o quero-quero está calmo,<br />
da água fresca, do céu distante, distante... com uma nuvenzinha silenciosa e distraída.<br />
Gosto de tudo que está lá e simplesmente está lá, nada mais, permitindo assim o estar alheio sem indagações ou leis ou "formas corretas de se estar"<br />
E gosto da cidade assim como está agora, como nela estou agora.<br />
Enquanto os humanos em suas prisões sustentam a civilização,<br />
ando pelas ruas onde os sons estão, mas não ferem o silêncio. Pelas ruas banhadas de uma luz suave, de um calor macio, por um sol tranquilo.<br />
Ando em passos despreocupados, sem os gritos dos apelos humanos (e dos meus próprios apelos).<br />
É bom andar pelas ruas, onde meus pensamentos não mofam, não se emboloram em tramas neuróticas e viciadas,<br />
onde a selvageria histérica conversiva e dissociativa do mundo sociabilizado (e confesso, muitas vezes minha) não invade a minha mente,<br />
onde não me perturbo com minha própria loucura de achar que sei algo sobre mim ou os outros.<br />
Ando no ritmo leve de minha solidão,<br />
tentando estar desacompanhada até mesmo de mim mesma,<br />
ando com passos despreocupados que parecem um distraído embalar de rede<br />
no sem fim de uma noite de sossego e descanso.<br />
E me leva, meu andar, me leva...<br />
Um minuto na leveza de assim<br />
andar e assim me sinto: a andar mais leve.<br />
<br />
Estela de Menezes<br />
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10148806466479442255noreply@blogger.com2tag:blogger.com,1999:blog-6060903960619243471.post-78992878201968022952012-06-24T15:05:00.002-07:002013-03-20T08:29:16.404-07:00Rosa<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Rosa vivia plantada, apoiada no muro, bem perto do portão da frente da casa de dona Sofia. Liliana, a menininha da casa, brincava, corria, vivia como todas as outras meninas da rua e do bairro. Também como todas as outras meninas, na idade de ir à escola, Liliana ia à escola, estudava, não estudava, sorria, chorava, teve amores, namorados, fez viagens, foi a festas.<br />
Rosa, a que quase ninguém via, vivia plantada, apoiada no muro de dona Sofia. Liliana, assim como tantas meninas, casou, teve filhos, continuou indo a festas, viajando, sorrindo, chorando. Outras meninas fizeram carreira, ficaram famosas, morreram de câncer... Rosa vivia plantada ao lado do portão apoiada no muro.<br />
Tantas meninas nasceram, cresceram e tantas vezes na vida viveram e morreram!<br />
Rosa vivia plantada, perto do portão, apoiada no muro da frente da casa de dona Sofia, uma rosa que quase ninguém via, que com o tempo recebeu suas manchas, teve sua maciez comprometida, murchou, sem nunca perder seu perfume que tornava tão mais leve o ambiente e que agradava a tanta gente que nem percebia de onde vinha toda aquela suavidade que pairava no ar, era uma rosa que quase ninguém via. Um dia despetalou-se como uma nuvem cinza chorando gotas de arco-íris, enfeitou a terra onde viveu plantada, tombou já sem vida em uma queda que ninguém viu, nem ouviu, ou viu e ouviu, mas não achou valor em comentar. <br />
Rosa foi varrida de onde passou sua vida e depositada em meio a tantas outras rosas e não rosas que vivem ou não, mas morrem, como todos sempre morrem, são varridos e geralmente em algum lugar depositados, e como a grande maioria dos seres que vivem (ou não) e morrem, rosa sumiu da história do mundo como se nunca tivesse passado por lá.<br />
</span><br />
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";"><br /></span>
<span style="font-family: "Arial","sans-serif";">Estela de Menezes.</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10148806466479442255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6060903960619243471.post-58225350037003451582012-06-24T15:00:00.007-07:002017-09-22T22:18:10.184-07:00Maria e as Estrelas e Suicida<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">Maria e as Estrelas</span><br />
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">Maria queria tanto as estrelas do céu,<br />
Queria tanto que atravessou o deserto,<br />
escalou montanhas, se afogou no mar, <br />
explodiu cidades.<br />
Queria tanto tocá-las sem precisar esconder<br />
seu fascínio,<br />
contempla-las em silêncio e êxtase, com calma,<br />
queria respira-las... </span></div>
<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">dissipar-se no ar, fundir-se nelas.<br />
Queria tanto que quando as teve diante de si<br />
fechou os olhos,<br />
perdeu a força nas mãos, nas pernas...<br />
Adormeceu sem nem acreditar<br />
que não era só delírio de desejo,<br />
mas reciprocidade de energia e vida.<br />
Queria tanto!...<br />
e quando acordou viu o sol,<br />
o dia claro e a realidade de concreto e rotinas.<br />
A realidade vazia e a luz do dia<br />
deixando claro que Maria<br />
não tinha aprendido a merecer e agarrar estrelas.<br />
Agora ela só via um sol infindo a escurecer sua alma.<br />
Mas a noite ainda há de voltar, Maria. Há de voltar, algum dia.</span><br />
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;">Estela de Menezes</span><br />
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: "times new roman" , serif; font-size: 12pt;"><br />
</span><br />
<br />
<h3 style="background: rgb(68, 68, 68); margin: 15pt 0cm 0cm;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "trebuchet ms"; font-size: 12pt;"><span style="color: white;"><a href="http://estelademenezes.blogspot.com.br/2012/07/suicida.html">Suicida</a></span><o:p></o:p></span></h3>
<h3 style="background: rgb(68, 68, 68); margin: 15pt 0cm 0cm;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "trebuchet ms"; font-size: 12pt;"><br />
</span></h3>
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(68, 68, 68); line-height: 13.5pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(68, 68, 68); line-height: 13.5pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: inherit;"> <span class="apple-converted-space"> </span>“Queria ao menos ser amiga dele, a melhor amiga dele, alguém que ele soubesse que sempre pode contar, que vai sempre estar ao lado dele.”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(68, 68, 68); line-height: 13.5pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: inherit;"> J. Pouey<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(68, 68, 68); line-height: 13.5pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(68, 68, 68); line-height: 13.5pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: inherit;"> “ O nome dela estava no sub do msn dele, entre dois coraçõezinhos...”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(68, 68, 68); line-height: 13.5pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: inherit;"> J.P.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(68, 68, 68); line-height: 13.5pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(68, 68, 68); line-height: 13.5pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: inherit;"> “Não é uma questão de não gostar mais da vida e querer morrer, é bem diferente! A morte é como uma dança. É uma música que vem no ar, sedutora, que te envolve e te tira pra dançar e te envolve mais ainda, e te leva, e tudo que tu quer é te deixar levar... Pra esse mundo que te exige sempre um motivo pra tudo, acha-se um motivo para dar de desculpa ao mundo, na verdade, para se deixar levar...”<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(68, 68, 68); line-height: 13.5pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: inherit;"> S.R.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(68, 68, 68); line-height: 13.5pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(68, 68, 68); line-height: 13.5pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(68, 68, 68); line-height: 13.5pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(68, 68, 68); line-height: 13.5pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="background: rgb(68, 68, 68); line-height: 13.5pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: inherit;"> Naquela manhã a chuva tinha parado após três dias e noites quase sem tréguas. Há muito que ela só dormia, de quando em quando acordava, ouvia a chuva, dormia. Não via por que acordar, seu corpo inteiro doía, não suportava mais sonhar.<br />
<br />
Naquela manhã veio o sol, tudo ainda estava úmido e ela saiu a andar. A calça preta, os tênis mal cuidados, camiseta, pele sem nenhuma cor, os lábios secos e sem vida, olheiras... Mas ela sorria quando sentia o ar tocar em seu corpo, entrar pelos seus pulmões. Quem poderia saber o quanto seu peito doía, e que cansaço e apatia arrastava pelas ruas?<br />
<br />
Sentou-se à beira do rio sobre uma pedra, olhava distante, parecia observar as águas de Libres, as árvores talvez. Podiam-se ver agora lágrimas umedecendo seus olhos, sem escorrer. Olhar fixo e distante – ficou ali sentada por horas, depois se virou, olhou a ponte, caminhou pela beira do rio. Como seu corpo doía! E o peito parecia ser afundado por um punho de ferro.<br />
<br />
Voltou para o centro, andou pelas ruas, sentou-se no café de sempre à mesma mesa, e como tantas vezes o pensamento, assim como o existir, desafinado e desarmônico, o desejo nada saudável de um passeio pelas redes sociais, a foto dele no perfil... Tão lindo! Um sonho!<br />
<br />
Queria tanto ouvir sua voz. Queria tanto um oi, como estás?<br />
<br />
Queria ser sua amiga, sua melhor amiga... queria chorar.<br />
<br />
Sorrindo pagou o café e se despediu do rapaz que sempre a atende tão gentilmente, sem jamais esquecer seu nome, nem de perguntar: tudo bem?<br />
<br />
Caminhou mais e mais, observou cenas que dariam boas fotos, mas hoje nem isso queria fazer. Andando pensava na menina linda para quem ele deixara lindas mensagens. Tão linda, tão linda!<span class="apple-converted-space"> </span><br />
<span class="apple-converted-space"> </span><br />
Voltou para o rio, tinha câimbras, não queria voltar pra casa, não queria dormir... queria acordar. Como será se afogar? – pensou.<span class="apple-converted-space"> </span><br />
<br />
Virou-se, voltou-se para a rua e aos poucos foi se afastando do rio, já nem sentia mais o corpo, só o cansaço, o cansaço do querer, do sonhar...<br />
<br />
Deve haver um veneno que nos faça dormir com leveza, parar de pensar... tantas vezes havia pensado nisso: um copo de vinho que embriague para sempre, sem jamais causar mal-estar.<br />
<br />
Tantas vezes enxergou um revólver contra sua cabeça, bem em sua têmpora esquerda. Mas não... isso não.<br />
<br />
Agora parecia a felicidade a andar pelas ruas, seus olhos brilhavam, seu sorriso se abriu e ela subiu os ombros e apertou os braços ao redor do corpo como quem sente um abraço de quem está, mas não se deixa ver. Imaginou-se andando ao lado dele a conversar, estavam tranquilos, estavam contentes...<br />
<br />
Uma luz tão forte, o soco de uma mão gigante, um gosto de sangue... o escuro, o corpo queimando no asfalto... o carro parou.<br />
<br />
Ela o tinha diante de si: o cordão no pescoço, os lábios como em uma tela, os olhos que guardam segredos que nem nesse momento se deixavam revelar... Ela finalmente deixou correr as lágrimas dos olhos, seus lábios sorriam... e adormeceu no asfalto banhado de sangue.<br />
<br />
Logo a multidão invadiu o local, ouviam-se sirenes e vozes.<span class="apple-converted-space"> </span><br />
<br />
E ele naquele dia, nem sequer passou naquela rua. Naquele dia nem sequer pensou nela. Mas sua ausência, coisa que ela sempre teve certeza que assim como sua presença nem seria notada nesse mundo, todos que a conheciam, inclusive ele. Atribuem a um acidente de trânsito, estúpido e cotidiano.<span class="apple-converted-space"> </span><br />
<br />
Estela de Menezes. Outubro de 2011.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<h3 style="background: rgb(68, 68, 68); margin: 15pt 0cm 0cm;">
<br />
</h3>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10148806466479442255noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-6060903960619243471.post-27457926284033732192012-06-24T14:50:00.004-07:002013-03-20T08:27:03.315-07:00Meu Amigo Escuro e o Companheiro Medo e outros antigos<div class="MsoNormal" style="line-height: normal; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm;">
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Quando eu era pequena,<br />
não gostava do escuro, tinha medo.<br />
Ao deitar, pensava no que tinha feito durante o dia,<br />
e esperava ansiosa um outro dia,<br />
para fazer o que ainda não tinha pensado.<br />
Quando, sorrateiramente,chegava o escuro,<br />
eu ficava imóvel, paralisada de medo.<br />
Pois ele, o escuro, era traiçoeiro e astuto.<br />
Sempre misterioso e calado,<br />
jamais explicava se me escondia do mundo <br />
ou se escondia o mundo de mim.<br />
Só sei que meus pais, minha irmã,<br />
meus brinquedos e minha casa, desapareciam.<br />
A luz fugia, acho que também tinha medo.<br />
Agora eu estava sozinha, assustada com tal solidão<br />
Quanta coisa poderia me acontecer... não sabia.<br />
O medo de sentir medo era o maior, pois era amigo do escuro.<br />
Hoje, quando eu apago a luz para dormir,<br />
lembro de ter esperado durante horas e horas<br />
a hora de encontrar o escuro<br />
Se estou feliz, posso sonhar e sorrir tranquila<br />
e quando estou triste, posso refletir em paz.<br />
Em qualquer ocasião <br />
o escuro me abraça tão forte<br />
que me protege de quase tudo o que eu não gosto,<br />
e eu brinco com meus medos, no entanto,<br />
não temo um amanhecer aterrorizante,<br />
pois o medo é um dos muitos ângulos do prazer,<br />
o mais emocionante, enigmático e surpreendente. </span><br />
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br /></span>
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">Estela de Menezes,</span><span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;">1994.</span><br />
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br />
</span><br />
<span style="font-family: 'Times New Roman', serif; font-size: 12pt;"><br />
</span><br />
<br />
<h3 style="background: #444444; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 24.85pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS"; font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">Cavalheiro<o:p></o:p></span></h3>
<div>
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS"; font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: #444444; line-height: 22.35pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS";">Ai... Como é lindo o meu amor!<br />
Ah! Mas sabes a razão desta lágrima?<br />
Minha alma pertence a um tal senhor<br />
E a alma desse amor me é negada.<br />
<br />
Ah! Como é doce, meigo, puro!...<br />
Se me nega a vida essa força, essa brandura...<br />
Não me queixo. Se vivo é por tal ventura:<br />
Que aproxime Deus teu destino de meu futuro.<br />
<br />
Ah! Quem me dera o sonho maior: secar o pranto que esvai<br />
E gozar de teu calor que abranda toda amargura.<br />
Dá-me Deus a graça de um sorriso, – essa Ternura.<br />
Ah! Mas, meu amor – como é lindo! Ai!<o:p></o:p></span><br />
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS";"><br /></span>
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS";">Estela de Menezes</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: #444444; line-height: 22.35pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS";"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: #444444; line-height: 22.35pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS";"><br />
</span></div>
<h3 style="background: #444444; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 24.85pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS"; font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">No Inverno<o:p></o:p></span></h3>
<div>
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS"; font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: #444444; line-height: 22.35pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS";">Entardece,<br />
Noite desce,<br />
Garota cresce,<br />
Garoa cai.<br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: #444444; line-height: 22.35pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS";">Entardece,<br />
Um fogo aquece<br />
E a moça<br />
A garota esquece<br />
A escada desce<span class="apple-converted-space"> </span><br />
E do quarto sai.<br />
<br />
Entardece,<br />
Garoa aquece,<br />
O mundo cresce<br />
E a moça parece<br />
Que num sonho<br />
Mergulha, cai...<br />
<br />
Entardece,<br />
Para seus braços<span class="apple-converted-space"> </span><br />
A moça desce,<br />
Do mundo esquece,<br />
Um fogo cresce,<br />
E num sonho mergulha, cai.<o:p></o:p></span><br />
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS";"><br /></span>
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS";">Estela de Menezes</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: #444444; line-height: 22.35pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS";"><br />
</span></div>
<h3 style="background: #444444; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 24.85pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS"; font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">O Meu Amor<o:p></o:p></span></h3>
<div>
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS"; font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: #444444; line-height: 22.35pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS";">Meu amor que ama amar<br />
Ama amar o meu amor.<br />
Tudo que ama o amor amar,<br />
Ama amar no meu amor.<br />
Ama o rosto, o jeito, a voz,<br />
Tudo em ti – o meu amor.<o:p></o:p></span><br />
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS";"><br /></span>
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS";"> Estela de Menezes</span></div>
<h3 style="background: #444444; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 24.85pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS"; font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;">Porto Alegre<o:p></o:p></span></h3>
<div>
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS"; font-size: 12.0pt; font-weight: normal; mso-bidi-font-weight: bold;"><br />
</span></div>
<div class="MsoNormal" style="background: #444444; line-height: 22.35pt;">
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS";">Saudade<br />
Saudade senti<br />
Saudade senti daqui<br />
Das ruas, calçadas, praças<br />
Do sol<br />
Do sol e da chuva<br />
Do sol da chuva e de ti<br />
De ti<br />
De ti e de tudo<br />
De ti e de tudo daqui. <o:p></o:p></span><br />
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS";"><br /></span>
<span style="color: #bbbbbb; font-family: "Trebuchet MS";">Estela de Menezes</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<br />
<h3 style="background: #444444; margin-bottom: .0001pt; margin-bottom: 0cm; margin-left: 0cm; margin-right: 0cm; margin-top: 24.85pt;">
<br />
</h3>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/10148806466479442255noreply@blogger.com0