Neste livro encontra-se agindo um ser “subterrâneo” que cava, perfura e corrói. (...) Não parece que alguma fé o guie, que alguma consolação o compense? Talvez queira ter para ele uma longa obscuridade, coisas que lhe sejam próprias, coisas incompreensíveis, secretas, enigmáticas, porque sabe o que terá em troca: sua manhã só para ele, sua redenção, sua aurora?... Nietzche; A Aurora ( Prefácio, trecho)
terça-feira, 3 de setembro de 2013
Duelo de um só
A paixão em sua vã loucura
Solta no mundo, enjaulada em si:
Arde, cresta, queima!
Sem sucumbir, sucumbi.
Ai da noite: vou alcança-la!
Ai da noite: vou devorá-la!
Negra noite maior que eu!
Negra noite que me ignora!
E a noite a vê e entende,
E não pode a noite alcançá-la,
E não pode a noite acalmá-la,
E não pode mudá-la, a noite...
A noite só pode ser noite!
E contempla a paixão que se debate e ruge
Trancafiada em si,
Surda, ensurdecedora...
- Emudecedora! Engasgada...
Se abrisse os olhos sinceros seria uma com a noite,
Uma com o Infinito.
Seria amiga de si.
Estela de Menezes (Junho ou julho de 2013)
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